segunda-feira, 26 de agosto de 2013

II



Dou por mim sentada neste banco mais vezes do que deveria...
Esta solidão leva-me a reflectir sobre coisas que deveria superar, coisas que residem no meu intimo mais negro e que jamais sairiam da minha boca. 

Já há muito tempo que vivo com a sensação de que nunca fui “suficiente”, que a pessoa que sou não chegava para os outros. Não chegava para os meus pais, não chegava para os meus namorados e também não chegava para os meus amigos.
Sempre dei tudo de mim e nunca foi suficiente... 

Sei que não se pode agradar a gregos e troianos, sei que não se pode esperar perfeição de seres humanos onde o erro veio intrinsecamente na construção, mas isso não significa que os outros, e eu mesma, não a procure.
Mas a questão de sentir-me insuficiente grande parte do meu tempo, no fundo, nada tem a ver com os outros mas sim comigo.
Sou eu que tenho de estar satisfeita comigo mesma e o que os outros pensam de mim não deve importar, devo ser fiel a mim própria independentemente da opiniões exteriores. 
A teoria sei toda, pô-la em práctica é outra história.

Estava há dias no ginásio e sentia-me particularmente “insuficiente”, entrei na sauna como
costumo fazer e fui abordada por uma mulher que lá se encontrava.
De uma completa estranha vieram palavras de conforto. 

Aquela estranha olhou para mim e viu coisas que muitas pessoas que me conhecem não conseguem ver e reconfortou-me. 

Estranho como o universo se alinha para aliviar as almas quando menos se espera.
Tenho muito para aprender e o que aquela estranha me ensinou naquele dia foi que não devia desistir do mundo que me rodeia, que quando menos esperamos, quando nos sentimos desnecessários e insuficientes há alguém que nos estende  a mão e nos conforta. 

Nem que seja uma estranha na sauna de um ginásio que poderei nunca mais encontrar e de quem nem sei o nome.

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